2023-11-03

Da Guerra de Troia a Israel, ferida aberta da História: a fascinante e terrível crónica do Mediterrâneo

Crónica fascinante e terrível, texto oportuníssimo para compreender alguns dos mais prementes conflitos da atualidade e reflexão urgente do premiado académico José Enrique Ruiz-Domènec, O Sonho de Ulisses – Mediterrâneo: da Guerra de Troia aos pequenos barcos de imigrantes é um périplo pelo deslumbramento e perpétua violência que caracterizam o mar da História.

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O que é o Mediterrâneo?

Um espaço de sensações físicas que o olhar perceciona num amável tom de azul, dizia Cézanne; um meio de encontros e desencontros; uma estrutura civilizacional que possibilitou o aparecimento das três grandes religiões do Livro; o cosmos possível que entende a identidade como a soma de múltiplas diferenças. Geografia da aurora do comércio fenício, do milagre grego e da cultura helenística; do Império Romano e das invasões dos povos bárbaros; de um islão triunfante com os califas perfeitos; das belas Veneza e Génova; das convulsões entre a casa de Habsburgo e os otomanos; do domínio britânico e da revolta árabe; da criação do Estado de Israel, da descolonização e dos populismos.

 

Esta é a história do Mediterrâneo: o de outrora, onde desembarcaram os enigmáticos povos marítimos dos impérios da Idade do Bronze; e o de hoje, onde navegam batéis que trasladam uma população desesperada, fugindo da guerra e da miséria.

 

Esta é a crónica de um mar que, pleno de personagens e episódios extraordinários, de intrigas e paixões, de fulgores e violentos conflitos – da Antiguidade até Israel, ferida aberta da História –, se ergue como uma das figuras centrais e mais polarizadas da cronologia universal.

 

Relato e apelo, crónica e denúncia, O Sonho de Ulisses – Mediterrâneo: da Guerra de Troia aos pequenos barcos de imigrantes é, ao mesmo tempo, um sublime estudo historiográfico de José Enrique Ruiz-Domènec e uma reflexão notável sobre «o legado que o passado oferece ao futuro, para orientar os seus passos e não entrar nos labirintos sem saída já comprovados em ocasiões anteriores.»