50 anos depois desta temerária operação militar e 60 sobre o início da Guerra Colonial, assinalados neste ano de 2021, a reedição de Operação Mar Verde – Um Documento para a História, de António Luís Marinho, publicado há década e meia, é uma oportunidade para reviver um acontecimento que nem consagra heróis, nem renega o passado histórico. Regressa às livrarias a 15 de abril.
A Operação Mar Verde, realizada a 22 de Novembro de 1970 na Guiné-Conakry, foi uma das mais controversas missões das Forças Armadas portuguesas durante a Guerra Colonial. Idealizada e executada pelo capitão-tenente Alpoim Calvão, chefe das Operações Especiais da Guiné-Bissau, e aprovada pelo brigadeiro António de Spínola, governador e comandante-chefe do território, esta operação tinha como objetivo apoiar um golpe de estado na Guiné-Conakry e capturar Amílcar Cabral. Ilegal à luz do direito internacional, a Operação Mar Verde nunca foi reconhecida pelo governo português. O livro de António Luís Marinho revela, com a objectividade possível, a história desta operação secreta realizada pelo exército português num país estrangeiro.
Escrito em estilo de reportagem, Operação Mar Verde contém testemunhos de sobreviventes dos dois lados do conflito, assim como documentos e textos oficiais que foram revelados pela primeira vez com a primeira edição deste livro, em 2006. Esses documentos não provêm da Torre do Tombo nem de outro arquivo oficial do Estado português, mas foram cedidos a António Luís Marinho pelo comandante Alpoim Calvão. No ano em que passam 60 anos do início da Guerra Colonial, a reedição deste livro tornava-se mais urgente do que nunca. Operação Mar Verde é um livro que nos permite olhar com mais detalhe para a nossa história recente.