Mariano Sigman e Santiago Bilinkis lançaram-se num duplo desafio: um livro que é, simultaneamente, o primeiro projeto conjunto e que tinha de ser feito em pouco tempo. Sigman, nome reconhecido da neurociência, ligou a Bilinkis, que tem dedicado grande parte dos últimos quinze anos à inteligência artificial, e a decisão de fazer um livro sobre este tema foi imediata. Assim começou a obra Artificial: A nova inteligência e a fronteira do humano.
Para escrever sobre um dos temas na ordem no dia, os autores começam a narrativa em 1938 com o inglês Alan Turing, criador de uma máquina que viria a permitir determinar o conteúdo das mensagens encriptadas da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. O programa de Turing terá dado os primeiros passos na criação da inteligência artificial. A partir daqui os autores seguem o rasto do desenvolvimento da IA. No fim, há um glossário para ajudar a navegar neste universo. «Nos dias de hoje, em que se entende geralmente a IA como algo oposto ao humano, será talvez bom recordar que o seu primeiro projeto embrionário foi motivado justamente pela urgência de salvar a humanidade do seu poder de autodestruição», lembram os autores.
Este livro não contém oráculos e vaticínios, mas sim as reflexões de dois autores que consideram que para enfrentar o futuro será imprescindível navegar na onda da inteligência artificial. Numa conversa tão lúcida quanto estimulante, o neurocientista e autor bestseller Mariano Sigman e o empreendedor Santiago Bilinkis passam em revista a origem, as utilizações e os riscos desta tecnologia. Que fará a humanidade com esta lâmpada de Aladino? Qual será o melhor cenário? Os objetos fabricados por humanos serão mais caros? Que acontecerá se a IA abusar das nossas fraquezas? Embora exponham as razões pelas quais devemos ser cautelosos e responsáveis, fogem do pessimismo. Muito pelo contrário, convidam-nos a pensar que este desafio poderá revelar-nos a melhor versão de nós mesmos. A obra, com tradução de Ana Pinto Mendes, chega às livrarias a 7 de novembro.