2025-05-02

Oceano, um apelo à proteção do «último reduto selvagem», por Sir David Attenborough e Colin Butfield

Maravilhoso e profundo, tal como o próprio oceano, este livro traz história, ciência, cunho pessoal, belas imagens e uma mensagem de esperança. Será lançado no dia 8 de maio, data em que Sir David Attenborough completa 99 anos de vida.

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A leitura deste livro dispensa o uso de óculos de mergulho ou barbatanas, mas o leitor vai dar, certamente, por si a conter a respiração. Oceano - O Último Reduto Selvagem é o mais recente livro de Sir David Attenborough, em coautoria com Colin Butfield. O convite para esta viagem incluiu um desafio para cuidar dos oceanos no presente e no futuro. «“Oceano” é, de longe, uma designação mais adequada para o nosso mundo do que “Terra”», pode ler-se no início do livro. «Atualmente, pouco mais de 70 por cento da superfície do nosso planeta está coberta por água salgada, unindo-se num único oceano planetário.»

O livro terá lançamento mundial no dia 8 de maio, data em que Sir David Attenborough completa 99 anos. Um documentário com o mesmo nome terá estreia nos cinemas de alguns países também nesse dia. Oceano - O Último Reduto Selvagem combina a homenagem a um homem e um elogio à Natureza em geral.

O primeiro capítulo do livro dá pelo nome «No tempo de vida de uma baleia-azul» e é uma espécie de introdução em que os autores levam os leitores numa viagem pelos últimos 90 anos com uma abordagem 

histórica e científica. «No tempo de vida de uma só baleia-azul, descobrimos mais sobre o nosso oceano do que em toda a restante história da humanidade», escrevem no fim do capítulo, deixando a pergunta no ar: «No entanto, descobriremos a visão de futuro para ajudar o oceano a recuperar dos danos que lhe causámos nesse mesmo período?» E arranca de seguida uma viagem pelos oito habitats mais importantes do nosso oceano.

Os destinos de água salgada para onde esta aventura nos convida vão desde os mares gelados dos polos às remotas ilhas de coral, incluem florestas de laminárias, mangues e recifes de corais, assim como ecossistemas a 11 mil metros de profundidade. O leitor vai cruzar-se com tartarugas-verdes, baleias-azuis, peixes-palhaços e medusas luminescentes, assim como com a «lula-vampiro» e o «monstro-galinha-sem-cabeça»

Em mais de 400 páginas há experiências pessoais, história, ciência, muitos protagonistas e cenários incríveis. Dizem os autores que fizeram uso e buscaram inspiração no trabalho de centenas de cientistas de diferentes disciplinas e as várias páginas de referências no final do livro são o registo disso. O livro conta ainda com várias e impactantes fotografias a cores e também com ilustrações de Jennifer N. R. Smith a abrir cada capítulo. Ajudas preciosas para vermos o que só os exploradores e os cientistas conseguem.

Sir David Attenborough e Colin Butfield são colaboradores de longa data. Attenborough construiu durante décadas o estatuto de naturalista mais famoso da televisão e do mundo. Butfield ajudou a tornar realidade alguns dos seus mais recentes projetos e a colocá-los aos ecrãs do mundo. Tal como aconteceu em 2020 com Uma Vida no Nosso Planeta, também o livro Oceano – O Último Reduto Selvagem terá um documentário com o mesmo nome e o mesmo protagonista. O documentário terá estreia mundial em alguns países também no dia 8 de maio.

«Tive a felicidade de viver quase cem anos. Durante este tempo, ficámos a saber mais sobre o nosso oceano do que em qualquer outro período da história humana. As ciências marinhas revelaram maravilhas naturais que um rapazinho da década de 1930 jamais teria imaginado. As novas tecnologias permitiram-nos filmar comportamentos na vida selvagem que, nos primórdios da minha carreira, só em sonhos eu imaginaria poder registar, e transformámos tão profundamente o oceano, que os próximos cem anos poderão assistir a uma extinção em massa da vida nos mares ou então a uma recuperação espetacular. 

Não estarei cá para assistir ao fim da história, mas, depois de uma vida inteira a explorar o nosso planeta, continuo convencido de que, quanto mais pessoas apreciarem e compreenderem o mundo natural, maior será a nossa esperança de o salvar, bem como a nós mesmos.»

Sir David Attenborough