«O reinado de D. José (1750-1777) é dos poucos que escaparam ao geral esquecimento a que foi votada a maior parte dos factos e personagens mais remotos da história de Portugal», escreve Nuno Gonçalo Monteiro, autor desta biografia do referido rei. «O terramoto de 1755, a reconstrução de Lisboa, a expulsão dos Jesuítas, os tiros que se dispararam contra a carruagem do rei e a repressão implacável que se lhes seguiu garantiram-lhe um lugar na memória de gerações futuras.» Contudo, a história guarda como figura maior deste reinado o ministro que ficou conhecido como Marquês de Pombal e não o seu soberano. Este livro, numa nova edição revista pelo autor, traça um retrato de um rei reservado e da sua época.
«Não se pode afirmar que D. José seja um dos muitos reis quase desconhecidos da história de Portugal. Contudo, o que dele se conhece é, quase sempre, pela interposta pessoa do seu ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, perpetuado e conhecido na posteridade pelo título de Marquês de Pombal.» O autor argumenta que a partir da expansão dos séculos XV e XVI, não sobrevivem grandes figuras nacionais na memória, à exceção do famoso Marquês. Conta o autor que foi o monarca que escolheu assumir uma postura reservada, assim como deixar que o seu ministro assumisse uma posição de relevo. Grande parte deste livro centra-se nas relações entre ambos.
D. José nasceu em 1714, em 1750 sucedeu ao pai, D. João V, tornando-se rei de Portugal e viria a morrer em 1777. Nuno Gonçalo Monteiro escreve que o soberano nunca terá sido objeto de uma biografia, que as referências que mereceu foram sempre relacionadas com o Marquês e que são poucos os seus escritos que sobreviveram ao tempo. D. José teve como rainha consorte D. Mariana Vitória de Bourbon que, por sua vez, deixou para a posteridade uma vasta correspondência familiar, da qual uma parte é usada neste livro pela primeira vez. Esta biografia do rei D. José é contada através do seu intenso reinado e dos respetivos acontecimentos políticos que, direta ou indiretamente, têm o seu cunho. Junta figuras e uma parte da história nacional que não devem ser esquecidas.